A cafeína, quando pura, é um pó branco cristalino amargo, com um ponto de fusão de 227-228°C. que funciona como estimulante e como inibidor da acetilcolinoesterase (uma enzima que hidrolisa o neurotransmissor acetilcolina). É moderadamente solúvel em água à temperatura ambiente, mas muito solúvel em água quente. É classificada como alcalóide do grupo das xantinas e designado quimicamente como 1,3,7-trimetil- 1H-purino- 2,6(3H,7H)-diona.
A cafeína é encontrada numa grande variedade de plantas, em sementes, folhas e frutos, onde funciona como pesticida natural que paralisa e mata determinados insectos predadores, funcionando também como inibidor da germinação de sementes. Esta é sintetizada a partir de nucleótidos púricos, como a AMP, a GMP e a IMP
No ser humano, a cafeína atua como um estimulante do sistema nervoso central, contrariando a sensação de sonolência e restaura a atenção.
A cafeína é tóxica quando tomada em grandes quantidades. O consumo normal desta substância apresenta baixos riscos de saúde, mesmo a longo prazo – pode até contribuir para o combate a certas doenças, incluindo alguns tipos de cancro. Pode apresentar tanto efeitos positivos como negativos no que diz respeito a doenças de ansiedade. Pode também provocar perturbações no sono, porém este efeito varia muito com a pessoa. Possui propriedades diuréticas quando ministrada a pessoas que não estão habituadas, mas os consumidores regulares desenvolvem tolerância a este efeito. Esta promove um raciocínio mais claro e mais fluído, uma maior concentração, e uma melhor coordenação do corpo, porém uma dose elevada pode provocar uma descoordenação motora. A quantidade de cafeína necessária para produzir estes efeitos varia de pessoa para pessoa, dependendo das sua estatura corporal e do seu grau de tolerância. O seu efeito começa em menos de uma hora, e uma dose moderada pode apresentar efeitos por cinco horas.
O consumo de grandes quantidades de cafeína – quantidades superiores a 250 miligramas diários – pode levar à dependência e a um vasto leque de distúrbios, tanto físicos como psicológicos, incluindo nervosismo, irritabilidade, insónias, dores de cabeça e até palpitações cardíacas.
O consumo de café pode diminuir o risco de cancro hepatocelular, cancro do endométrio e cancro colo-rectal. Não parece apresentar efeitos preventivos no que diz respeito aos outros tipos de cancro, e o consumo abusivo desta aumenta o risco de incidência de cancro da bexiga. Pode ainda proteger as pessoas de cirrose hepática, além de poder aumentar a eficiência de certos medicamentos, nomeadamente aqueles usados para as dores de cabeça. Por outro lado, têm demonstrado que a cafeína inibe os mecanismos celulares de reparação do DNA, porém só quando tomada em quantidades extremas.
Em grandes quantidades, normalmente superiores a 300 mg, a cafeína pode provocar psicose, porém, em doses moderadas, pode reduzir os sintomas de depressão.
A overdose de cafeína pode resultar num estado de sobre-estimulação do sistema nervoso central, denominada intoxicação por cafeína. Os sintomas assemelham-se aos sintomas de overdose de outros estimulantes: pode incluir ansiedade, insónias, distúrbios gastrointestinais, espasmos musculares, um discurso e raciocínio desconectados, irritabilidade, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, podendo ainda provocar (em estados mais avançados) depressão, lapsos de discernimento, desorientação, desinibição, delírios, alucinações, e até rabdomielose.
Com o uso repetido, é muito provável a ocorrência de dependência física da cafeína. Além disso os efeitos estimulantes da cafeína vão-se reduzindo substancialmente com o tempo
No que diz respeito aos animais, a cafeína pode ser considerada uma toxina muito forte. Esta tem um efeito especialmente significativo em aranhas, sendo esses efeitos visíveis nas estruturas erráticas das teias que elas tecem, uma vez sob efeito da cafeína. Também é consideravelmente tóxica para insectos, moluscos, cães e certas aves, devido à fraca capacidade de a metabolizarem.
A cafeína é consumida pelo ser humano em infusões feitas a partir das sementes de café ou das folhas de camélia. O consumo global de cafeína foi estimado em 120.000 toneladas anuais, fazendo desta a substância psicoactiva mais popular a nível mundial.
Fonte: Wikipedia