A reacção de Étard é uma reacção química que envolve a oxidação directa de um um grupo metilo ligado a um sistema aromático ou heterocíclico a um aldeído usando cloreto de cromilo. É exemplo desta reacção a oxidação do tolueno a benzaldeído. Esta reacção recebeu este nome em homenagem ao químico francês Alexandre Léon Étard (1852 – 1910)
Mecanismo
O mecanismo da reacção de Étard procede via uma reacção Alder-eno com cloreto de cromilo, formando o complexo de Étard. Este complexo é depois decomposto via rearranjo [2,3] sigmatrópico sob condições redutoras para evitar a segunda oxidação a ácido carboxílico. Tais condições são conseguidas recorrendo-se a uma solução aquosa saturada de sulfito de sódio. Os solventes mais comummente usados são dissulfureto de carbono, diclorometano, clorofórmio e tetracloreto de carbono, sendo este último o mais utilizado. Para se obter o aldeído com elevado grau de pureza, o complexo precipitado de Étard é normalmente purificado antes da sua decomposição (para eliminar qualquer reagente que tenha ficado por reagir). A reacção é normalmente realizada ao longo de alguns dias a várias semanas e os rendimentos costumam ser elevados.
Limitações
A reacção de Étard é muito utilizada como método fácil de conversão do tolueno a benzaldeído. Obter produtos específicos a partir de outros reagentes e tarefa mais difícil devido aos seus rearranjos. Por exemplo, o n-propilbenzeno é oxidado a propiofenona, benzyl metil cetona e vários outros produtos clorinados, sendo a benzil metil cetona o produto mais abundant.
Aplicações
De todas as reacções, a mais comum é a oxidação do tolueno a benzaldeído. O benzaldeído é usado como aromatizante, conferindo o aroma a amêndoa. Este aldeído é também relativamente reactivo e participa e condensações aldol, sendo por isso usado como precursor na síntese química de vários compostos, incluindo pigmentos, ingredientes de perfumes e fármacos (e.g. o primeiro passo da síntese da efedrina corresponde à condensação do benzaldeído com nitroetano).
Fonte: Wikipédia