Hoje iremos falar sobre a perturbação de ansiedade generalizada (PAG), uma patologia pertencente ao grupo das perturbações da ansiedade.
Na PAG, os sintomas ansiosos são frequentes e persistentes, não havendo um evento desencadeador para os mesmos. As pessoas que sofrem de PAG vivem num estado permanente de alerta.
A prevalência estimada da PAG é de cerca de 4,4%, com um rácio 2:1 mulheres:homens. A PAG está associada a situações socialmente desfavoráveis, como estrato socio-económico mais baixo, desemprego, e divórcio.
Diagnóstico
Na PAG, os sintomas ansiosos ocorrem num padrão específico, que consiste em:
- Preocupação que é mais prolongada e difícil de controlar do que no resto da população. Esta preocupação é geral, não estando relacionada com um evento em particular.
- Hiperexcitabilidade psicológica: manifesta-se por irritabilidade, dificuldades de concentração/memória e sensibilidade a barulho/sons.
- Hiperatividade autonómica, especialmente do sistema nervoso simpático, que se manifesta por suores, palpitações, boca seca, dores abdominais e tonturas. Pode ser o que leva a pessoa a procurar ajuda.
- Tensão muscular, que se traduz em inquietude, incapacidade para relaxar e contraturas musculares frequentes nos ombros, costas e pescoço.
- Perturbações do sono, com dificuldades em adormecer, cansaço ou sintomas do foro depressivo e obsessivo.
É importante notar que todas as pessoas já experienciaram estes sintomas em algum momento/fase da sua vida, o que não quer necessariamente dizer que sofram de PAG. Os sistemas de classificação DSM-V e ICD-10 especificam o número mínimo de sintomas e a sua frequência/duração para que seja formalmente diagnosticada a PAG.
Tratamento
Passa pela psicoeducação e terapias cognitivo-comportamentais, aliadas a treino de relaxamento e, eventualmente, psicofármacos como os ansiolíticos e os antidepressivos da classe dos SSRI.
Fonte: Harrison, P.;Cowen, P.; Burns, T.; Shorter Oxford Textbook of Psychiatry. (7th edition), Oxford University Press, 2018. ISBN: 9780198747437