O Sapo-de-chifre-da-Amazónia (Ceratophrys cornuta) é um anfíbio facilmente reconhecível devido ao seu tamanho e aspecto. Podem ser encontrados nos pântanos e poças de água doce ao longo da bacia do Amazonas. Desde a Colômbia até ao Brazil. São carnívoros e actualmente possuem um estatuto “Pouco preocupante”, os números populacionais encontram-se estáveis.

Um sapo-de-chifre-da-Amazónia fêmea. A sua coloração castanho-cobre torna fácil a sua identificação. Autor: Bernard Dupont.
O sapo-de-chifre-da-Amazónia pode chegar a ter cerca de 20 cm de comprimento, sendo quase do tamanho de uma chávena de chá. Alguns nativos da floresta amazónica utilizam botas de cabedal de cano alto para impedir ataques por esta espécie. Em tempos era considerado da mesma espécie que Ceratophrys ornata (sapo-de-chifre-da-Argentina) porém os cientistas provaram o contrário. No estado selvagem, C. cornuta não acasala com C. ornata (maior dimensões).

Dois indivíduos numa poça de água. O macho é mais pequeno que a fêmea. Autor: Matthieu Berroneau.
Para conseguir alcançar o seu peso e tamanho habitual, o chapo-de-chifre-da-Amazónia come indescriminadamente. Sendo um predador de emboscadas, o sapo-de-chifre esconde o seu corpo debaixo do substrato da floresta. Muitas vezes apenas as suas cabeças são visíveis debaixo de uma cama de folhas. Quando algum ser-vivo, mais pequeno que o seu corpo, passe perto, então o sapo salta do seu esconderijo e engole a presa inteira. Esta fica presa graças às fortes mandíbulas e dentes afiados.
Sapo-de-chifre-da-Amazónia é um anfíbio de grandes proporções
É um anfíbio bastante territorial e voraz. Alguns sapos-de-chifre chegaram mesmo a ser encontrados mortos com os restos de uma vítima incapaz de ser ingerida/digerida nas suas bocas. O grande apetite e as grandes bocas tornaram esta espécie, juntamente com outros sapos-de-chifre, conhecida como sapos “Pac Man”. Assim, costumam alimentar-se de ratos, lagartos e até de outros sapos.

Os chifres próximos dos olhos são uma característica particular da família Ceratophryidae (Sapos-de-chifre). Autor: Maarten Sepp.
Tipicamente, as fêmeas são maiores que os machos, mas os machos possuem uma maior variação de cores (entre verde-escuro à cor de uma lima). As fêmeas costumam ter uma cor acastanhada. Estas podem chegar a pôr mais de 1 000 ovos de uma só vez, em volta de plantas aquáticas. Sabe-se que os girinos pouco após de nascerem tornam-se territoriais e começam a atacar-se, incluindo girinos de outras espécies.

Um indivíduo macho escondido no substrato da floresta. Autor: H. Zell.
Os cientistas ainda não descobriram um propósito exacto para os seus chifres, mas provavelmente serve para auxiliar na camuflagem. Os chifres, no meio das folhas, podem ser semelhantes aos pecíolos de folhas soltas no chão.