Hoje no Espaço Saúde vou trazer mais informação sobre um distúrbio hereditário relacionado com a eletrofisiologia cardíaca que desencadeia um aumento da síncope e morte súbita, designada de Síndrome de Brugada. Vem informar-te melhor sobre esta patologia e está atento à tua saúde.
A Síndrome de Brugada envolve uma carga genética com uma série de mutações características que desencadeia o surgimento dos sintomas e o diagnóstico da doença. Ou seja, são várias as mutações, que afetam o gene SCN5A responsável por codificar a subunidade alfa do canal cardíaco de sódio dependente de voltagem. Em regra, os pacientes portados destas mutações não apresentam alterações cardíacas estruturais, no entanto, existe uma forte relação entre a presença destas mutações cm outras doenças genéticas e adquiridas, assim como a síndrome de sobreposição com a síndrome do QT longo tipo 3 e displasia arritmogénica do ventrículo direito.
Muitas das vezes, não existe uma manifestação clínica da síndrome de Brugada, mas acontece nos pacientes a presença de síncope ou morte súbita cardíaca causada por taquicardia ventricular polimórfica e fibrilação ventricular. A ocorrer estes sintomas, normalmente ocorrem durante a noite e não existe correlação com a prática de exercício físico. Por vezes, estes sintomas podem também desenvolver-se associados à presença de febre e administração de determinados fármacos que bloqueiem o canal de sódio.
Como chegamos ao diagnóstico de Síndrome de Brugada?
Para o clínico chegar ao diagnóstico de síndrome de Brugada é necessário realizar uma eletrocardiografia (ECG) e avaliar a história familiar do paciente.
O diagnóstico para esta patologia é considerado, quando no paciente são observados os seguintes sinais:
- Paragem cardíaca sem explicação aparente
- Síncope sem explicação aparente
- História familiar
Desta forma, a importância de realizar um ECG é fundamental para o clínico perceber se está perante um padrão típico ou se existe alguma alteração característica da síndrome de Brugada, tais como:
- Elevação do segmento ST proeminente em V1 e V2 com complexos QRS semelhantes a um bloqueio do ramo direito
- Segmento ST arqueado que desce para uma onda T invertida
Em que se baseia o tratamento da Síndrome de Brugada?
Os pacientes diagnosticados com síndrome de Brugada e que apresentaram síncope ou pacientes que tenham sido reanimados por uma paragem cardíaca devem receber um cardiodesfibrilhador implantável.
Já nos pacientes que foram diagnosticados com base nas alterações visíveis no ECG podem mudar, no entanto, é claro que existe um aumento do risco de morte súbita.