Hoje iremos falar da agorafobia, uma doença do grupo das perturbações da ansiedade que se caracteriza por ansiedade extrema quando uma pessoa se encontra longe de casa, em multidões ou em situações em que não possam ir embora facilmente.
Os sintomas ansiosos estão, na sua grande maioria, associados a ataques de pânico, que podem ser situacionais ou espontâneos.
A prevalência da agorafobia é de cerca de 0,6%. O risco nas mulheres é de duas a três vezes superior ao dos homens.
Sintomas/diagnóstico
As pessoas com agorafobia normalmente evitam situações como andar de transportes públicos, lojas, supermercados ou shoppings, locais que não possam sair sem dar nas vistas como o cabeleireiro ou um lugar no meio duma fila numa sala de cinema. À medida que a perturbação se agrava, as pessoas evitam cada vez mais estas situações, culminando, em casos mais severos, na total incapacidade de sair de casa.
Uma estratégia que alguns doentes utilizam para que os sintomas não sejam tão intensos é estar sempre acompanhados por um familiar ou animal de estimação.
A ansiedade antecipatória face ao evento é muito comum, podendo ocorrer durante horas antes da pessoa sair de casa.
Como estas pessoas estão bastante isoladas e têm severas limitações no seu dia-a-dia, os sintomas do foro depressivo são também bastante comuns.
Tratamento
Tal como no resto das fobias, o tratamento da agorafobia passa pela terapia de exposição, neste caso associada a gestão eficaz da ansiedade através da terapia cognitivo-comportamental. Como aliados, os psicofármacos aconselhados são os SSRI.
Fonte: Harrison, P.;Cowen, P.; Burns, T.; Shorter Oxford Textbook of Psychiatry. (7th edition), Oxford University Press, 2018. ISBN: 9780198747437