Visão geral da Púrpura de Henoch-Schonlein
Hoje o tema do Espaço Saúde vai debruçar-se sobre uma patologia que acometa a imuoglobulina A (IgA) que circula no nosso organismo, conhecida por Vasculite associada à imunoglobulina A (IgAV), podendo ser designada também de Púrpura de Henoch-Schonlein. O que se verifica nesta patologia é que existem complexos imunes que contêm IgAe que se depositam nos pequenos vasos sanguíneos que se encontrem na pele. Em regra, são patogénicos (antigénios) que se fazem acompanhar de vírus que, posteriormente, também causam infeções ao nível do trato respiratório superior.
Sintomatologia da Púrpura de Henoch-Schonlein
Inicialmente, a doença manifesta-se como uma exantema purpúrica palpável e que pode surgir em qualquer parte do corpo. Numa fase inicial pode-se surgir como pequenas áreas de urticária que se tornam palpáveis e, em algumas situações, podem estar associadas a hemorragia. Ao longo do tempo, vai havendo uma evolução das lesões.
Figura 1 – Exantema purpúrica.
Com menor incidência, surgem sintomas como febre e poliartralgias com sensibilidade e edema periarticular na zona dos tornozelos, joelhos, quadris, pulsos e cotovelos. Alterações gastrointestinais também podem surgem e incluem cólicas abdominais, sensibilidade abdominal e melena. Devido às lesões sanguinolentas que surgem, os pacientes podem apresentar positividade para sangue oculto nas fezes.
Em geral, são necessárias 4 semanas para haver uma regressão da sintomatologia podendo recidivar num intervalo de tempo curto e sem sequelas gravosas. No entanto, em alguns casos mais raros, os pacientes podem desenvolver doença renal crónica.
Como é realizado o diagnóstico da Púrpura de Henoch-Schonlein?
Para chegarmos a uma conclusão em termos de diagnóstico é necessário realizar uma biópsia às lesões que se encontram na pele e observá-las com imunofluorescência direta. Assim, o diagnóstico clínico é confirmado pela biópsia das lesões cutâneas quando a vasculite leucocitoclástica com IgA nas paredes dos vasos é identificada por imunofluorescência. De referir que no caso das crianças não é necessário realizar a biópsia.
Numa fase mais tardia da doença também é realizada análise à urina para avaliar hematúria (sangue na urina), proteinúria (proteínas na urina) e fragmentos de eritrócitos que indicam um acometimento renal.
Como podemos tratar a Púrpura de Henoch-Schonlein?
O tratamento é feito com base na administração de coritcoides e imunossupressores nos adultos e com base em medicamentos que apenas mimetizem a dor, nas crianças.
Figuras: 1