Dois investigadores publicaram, no passado mês de novembro de 2021, um artigo onde é descrito o impacto da forma da pega dos carrinhos de compras no consumo dos clientes. De acordo com este estudo, as características físicas dos carrinhos de compra influenciam o comportamento de compra e os gastos dos consumidores.
Estudos prévios já haviam mostrado que carrinhos com barra horizontal para as mãos tendem a ativar o músculo extensor do braço. Além disso, já tinha sido reportado também que a ativação do músculo extensor do braço conduz a menos gastos em compras do que ativação do flexor.
Com base nestes dados, estes dois investigadores hipotetizaram que os carrinhos de compras poderão estar desenhados numa forma que não maximizam as vendas. Ou seja, carrinhos de compra com pegas paralelas levariam os clientes a comprar mais.

O estudo iniciou-se com testes de electromiografia em carrinhos com barras verticais, horizontais e pegas paralelas (como as de um carrinho de mão). Os resultados mostraram uma maior ativação do extensor do braço (tríceps) para os carrinhos com barra horizontal ou vertical. No caso das pegas paralelas, observou-se uma maior ativação das fibras musculares dos bíceps.
Os investigadores fizeram ainda análise de campo, e verificaram que os carrinhos que estimulavam mais os bíceps levaram a um aumento significativo e substancial das vendas, em várias categorias de produtos, comparativamente aos carrinhos tradicionais com barras horizontais ou verticais. Segundo os autores, estes resultados não se deveram à novidade do carrinho de compras, ao estado de espírito dos clientes ou a fatores ergonómicos.
Fonte: Estes Z, Streicher MC. EXPRESS: Getting a Handle on Sales: Shopping Carts Affect Purchasing by Activating Arm Muscles. Journal of Marketing. 2021 Nov 5;002224292110613.