A NASA revelou um plano detalhado de como pretende enviar seres humanos para Marte durante as próximas décadas. O relatório de 36 páginas explica a tecnologia e as infra-estruturas necessárias para tornar as missões tripuladas ao Planeta Vermelho realidade (o relatório pode ser consultado aqui).
Curiosamente, o plano indica que o principal objectivo é tornar as missões “Earth independent” (independentes da Terra), ou seja, pretendem que os astronautas que realizarem as missões permaneçam lá e não regressem, embora não refiram a expressão “colonizar”. “Tal como o Programa Apollo, nós embarcamos nesta missão em nome de toda a humanidade”, afirma a NASA no seu relatório. “Mas, contrariamente ao Apollo, nós vamos para ficar”.

Plano de tarefas dividido pelos três passos descritos no relatório.
De acordo com a NASA, esta jornada envolve três grandes passos. O primeiro passo é a exploração “dependente da Terra” (Earth Reliant), que se baseia em investigação realizada na Estação Espacial Internacional (ISS). Este envolve o teste de tecnologias como impressoras 3D e sistemas de suporte de vida que serão importantíssimas para eventuais missões a Marte. Neste preciso momento, o astronauta Scott Kelly e o cosmonauta Mikhail Kornienko encontram-se a completar o primeiro ano no espaço, na ISS, um passo vital para missões tripuladas de longa duração.
A seguir, a agência irá voltar-se para as “Provas de Campo” (Proving Ground), que envolverá testar diversos componentes para além da órbita da Terra. A agência já se encontra a construir um gigante rocket (SLS, Space Launch System), que será capaz de transportar seres humanos a Marte, e a nave espacial Orion, a qual será lançada e aterrada pelos próprios astronautas, aqui na Terra. Ambas as naves irão voar pela primeira vez ao mesmo tempo, no final da década e, nos anos 20, a NASA planeia capturar um asteróide e fazer missões tripuladas a este astro em espaço cislunar (entre a Lua e a Terra).
O passo final é o tal “Earth Independent” (independente da Terra). Embora não haja uma data bem definida, a NASA pretende usar a informação previamente adquirida para levar os primeiros seres humanos até à órbita de Marte a partir de 2030, possivelmente até às luas Phobos e Deimos, antes de procederam com a derradeira aterragem na superfície de Marte. “Com humanos em Marte, nós poderemos dar um avanço à Ciência e à Tecnologia de formas apenas sonhadas com os atuais robots exploradores”.
O relatório também reforça a importância das missões a Marte serem um “esforço colaborado” com outros países. A ESA já se encontra envolvida no projecto da nave Orion, e outros países – talvez a Rússia, Japão, Índia e até a China – irão colaborar neste grande feito.
Com todo o equipamento necessário para o sucesso deste projecto – desde as naves espaciais aos habitats, sistemas de suporte de vida, etc. – a NASA está a fazer de tudo para tornar este sonho realidade. Alguns podem não acreditar que pisaremos solo marciano, mas a agência encontra-se, lentamente, mas seguramente a fazer por isso.
Quanto à nossa opinião? Vemo-nos em Marte em 2040.
Fontes: IFLScience | NASA
Imagem: http://goo.gl/sezSPn