Um lago límpido e translúcido, com o Sol a incidir lhe de tal forma que este brilha intensamente, envolto por um manto de cetim verde, com árvores a povoar a paisagem. Esbeltas e frondosas, imponentes.
Uma figura desenha-se na sombra de uma destas árvores. Longos cabelos negros e ondulados envolvem um rosto branco e cândido, olhos azuis e brilhantes, de uma tal intensidade que superam todo o lago. Em sinal de reverência, este abdica do seu brilho. Os lábios carnudos e vermelhos, tal como a mais doce das rosas e a elegância dos seus gestos, que nos prende a atenção e mantém-nos em transe, perdidos neste cenário irreal.
O que se desconhece, é o estado de transe desta figura, envolta por uma onda de calor, na ausência de matéria. Uma mão afetuosa alcança-lhe o rosto, mas nada lá está…um beijo suave é deixado na sua face, mas nenhuns lábios lhe tocam. Sensações de memórias distantes, a ausência perdura.
M.A.