A tricotilomania é uma perturbação psiquiátrica em que os doentes têm a compulsão de arrancar cabelo, resultando em alopécia. Normalmente esta alopécia é visível, mas em alguns doentes pode passar despercebida por serem arrancados fios isolados em áreas diferentes ou através do uso de maquilhagem ou perucas.
A tricotilomania é uma doença que normalmente não surge isolada, estando associada com outras perturbações do humor e ansiedade ou perturbações no controlo de impulsos, como o abuso de substâncias.
A prevalência da tricotilomania é de cerca de 1-2%. Estes comportamentos podem ser iniciados em qualquer fase da vida. As mulheres são mais afetadas do que os homens.
Sintomas/diganóstico
A tricotilomania pode envolver qualquer parte do corpo em que existam folículos pilosos, mas normalmente afeta mais o couro cabeludo, as sobrancelhas ou as pestanas. O puxar/arrancar de cabelo pode ocorrer em breves episódios ao longo do dia ou sustentadamente durante horas. Antes do ato de arrancar cabelo, enquanto os doentes ainda tentam resistir à compulsão de o fazer, há uma sensação de tensão e, quando agem em conformidade, sentem alivio, prazer ou gratificação.
O cabelo arrancado pode ser mastigado e engolido, podendo formar verdadeiras bolas de cabelo no estômago, denominados de tricobezoares, que aumentam o risco de obstrução intestinal.
Tratamento
O tratamento com mais evidência e validação científica na tricotilomania é a psicoterapia. Associadamente, pode ser considerado o uso de fármacos como a clomipramina ou a N-acetilcisteína.
Fonte: Harrison, P.;Cowen, P.; Burns, T.; Shorter Oxford Textbook of Psychiatry. (7th edition), Oxford University Press, 2018. ISBN: 9780198747437