O convidado de hoje foi escolhido para animar o ambiente, após os dias complicados que passaram (para uns a crise, para outros problemas amorosos e ainda há os que tiverem frequências ou as receberam…). Literalmente, talvez muitos tenham ficado confusos com o nome, mas após terem visto as imagens… É verdade, existe um animal chamado Caravela-portuguesa, ou Garrafa-Azul. Denominado pela comunidade científica de Physalia physalis, a Caravela-portuguesa é normalmente confundida com medusas (ou alforrecas).
Mas não é tudo, este fantástico animal é na realidade composto por uma colónia de quatro diferentes organismos celulares, pertencente ao grupo dos cnidários.
Temos o pneumatóforo, uma vesícula cheia de ar que mantêm a colónia a flutuar na superfície das águas, sendo empurrada pelo vento ou pela corrente marítima. Foi o formato da “cabeça” destes cnidários que deu o nome de Caravelas-Portuguesas, devido às parecenças com as nossas caravelas ou até mesmo com os chapéus utilizados pelos nossos soldados portugueses. Esta carapaça mole tem um tom azulado muito apreciado (ou mesmo rosa).
De seguida vêm os dactilozoóides que compõem os tentáculos. Estes podem chegar a ter 50 metros de comprimento (a “vesícula” tem apenas 30 cm de altura. Os tentáculos possuem cnidócitos, que produzem nematócistos (estruturas cheias de toxinas). Este “animal” alimenta-se, usando os seus tentáculos para “pescar” os peixes que estejam de passagem. O veneno da Caravela-Portuguesa é capaz de paralisar e matar os peixes e a sua picada pode ser muito dolorosa para um ser humano (mas raramente mortal).
Aviso: Se alguma vez encontrarem um destes invertebrados na praia, não lhe toquem pois ainda pode dar a sua picada venenosa!
Músculos dos tentáculos de seguida levam as presas para o terceiro organismo celular, os gastrozoóides, que realizam a digestão dos alimentos.
Finalmente, temos os gonozoóides, responsáveis pela reprodução destas colónias flutuantes. Considera-se esta espécie como sendo unisexual, ou seja podemos distinguir machos de fêmeas (só analisando estas células). Eles libertam os seus gâmetas na água onde ocorre a fecundação.
São encontrados em águas quentes do Oceano Atlântico, Pacífico e Índico. Reúnem-se em grupos de 1,000 ou mais indivíduos. Passam toda a sua vida à deriva, sem nenhum rumo, nem capacidade de propulsão. De vez em quando, conseguem submergir, evitando possíveis ataques superficiais.
Os seus principais predadores são as tartarugas-comuns, o caracol-violeta e a curiosa lesma-do-mar azul (Um dos artigos que já realizei :D). Estão associados a uma pequena espécie de peixes com quem mantêm uma relação simbiótica, estes vão se alimentando de pequenos tentáculos, mas mantêm-se afastados dos maiores espessura.
Bem e é tudo, espero que tenham achado este animal interessante e peço desculpa pelo atraso. Alguma coisa perguntem nos comentários ou mesmo no fórum! No próximo animal em destaque, vamos ter um felino admíravel.
Tenham um bom fim de semana!
Luís M. Tavares