Hoje iremos debruçar-nos sobre a perturbação obsessivo compulsiva (POC), uma doença que se caracteriza pela presença de pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos, com variados graus de ansiedade, depressão e despersonalização.
A prevalência da POC na população em geral é de cerca de 2%, embora a prevalência estimada de comportamentos obsessivo-compulsivos sem critérios formais de diagnóstico possa chegar aos 25%.
Na categoria das perturbações associadas à POC temos a perturbação de acumulação e a tricotilomania.
Sintomas/diagnóstico
Os comportamentos compulsivos são o que mais distingue esta de outras perturbações: a compulsão para fazer determinada ação, persistir numa ideia, reviver uma experiência ou ruminar num tópico abstrato.
Os pensamentos incluem a insistência em palavras ou ideias e imagens, ruminação ou encadeamento de pensamentos que são percebidos pelo doente como sendo inapropriados ou sem sentido e são indesejados – o doente sente-se invadido pelos mesmos.
As ações obsessivas podem ser gestos quase ritualizados que permitem diminuir a ansiedade (por exemplo, lavar as mãos para evitar contaminação). A resistência aos pensamentos ou ações pode levar a conflitos internos que agravam a ansiedade sentida.
Um doente é diagnosticado com POC quando tem pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos. Para além disso, é necessário que as obsessões/compulsões consumam uma grande parte do tempo útil da vida do doente (mais do que 1h/dia) e/ou causem sofrimento, interferindo significativamente com as suas atividades de vida diárias.
Tratamento
O tratamento da POC passa pela aliança dos psicofármacos como a clomipramina e/ou os SSRI com a psicoterapia de exposição. A estimulação cerebral profunda tem vindo a mostrar resultados muito positivos em doentes com POC refratária ao tratamento de primeira linha ou recidivante.
Fonte: Harrison, P.;Cowen, P.; Burns, T.; Shorter Oxford Textbook of Psychiatry. (7th edition), Oxford University Press, 2018. ISBN: 9780198747437