Hoje o tema que vou abordar no Espaço Saúde tem incidência sobre uma patologia comandada por um vírus e que causa um eritema infecioso que é uma infeção aguda causa pelo parvovírus B19 que desencadeia sintomas ligeiros e exantema maculopapular com início nas bochechas. A maioria dos vírus que infetam os seres humanos podem afetar tanto adultos como crianças, assim como em recém-nascidos.
É importante estar atento ao foco da infeção que tem maior incidência durante a primavera e é potencial perigosa por causar surtos em crianças. O que se sabe acerca da transmissão é que ocorre através da troca de gotículas pela respiração e pela exposição percutânea a sangue ou hemoderivados com elevadas taxas de infeção secundária entre os contactos próximos e às vezes sem que haja manifestação de qualquer sintoma. Importa realçar que, para além destas formas de transmissão, o vírus também se pode transmitir por via transplacentária desencadeando morte fetal ou anemia fetal grave acompanhada de hidropsia fetal. No entanto, por existir uma imunidade consideravelmente elevada, a percentagem de mortes durante a gestação é bastante reduzida, sendo inferior a 10%.
Sintomatologia da Quinta doença: Parvovírus B19
Relativamente à sintomatologia sabe-se que o período de incubação pode estar localizado entre os 4 e os 14 dias, em que a manifestação dos primeiros sintomas inclui sintomas muito semelhantes e que se confundem com uma gripe como febre e mal-estar generalizado. Posteriormente, após alguns dias, é que começa a surgir eritema confluente endurecido sobre a zona da face e exantema simétrico mais proeminente nos membros superiores, membros inferiores e tronco. Estas manifestações que surgem mais tardiamente tendem a durar cerca de 5 a 10 dias, no entanto, as lesões podem tender a reaparecer se expostas a luz solar, sujeitas a exercício físico, calor, febre ou stress emocional. Acopladamente a estes já mencionados, também podem surgir sintomas como dores articulares leves e edema que podem persistir ou reaparecer por semanas ou meses, assim como podem desenvolver o síndrome papular-purpúrica em crianças, febre e lesões orais e/ou genitais.
Figura 1: A. Manifestação clínica do parvovírus numa criança. B. Esfregaço de sangue com visualização do parvovírus. C. Recém-nascido com parvovírus.
Como é feito o diagnóstico da Quinta doença: Parvovírus B19?
É com base numa avaliação clínica por parte de um profissional de saúde qualificado que vai perceber qual o aspeto e o padrão de disseminação da exantema. Para confirmação do diagnóstico, podemos ter a realização de teste serológicos para detetar a presença do vírus no sangue. Em pacientes que apresentem já determinadas alterações, a presença de anticorpos específicos para IgM contra o parvovírus na fase aguda tardia ou de convalescença precoce vem reforçar o diagnóstico.
Em que consiste o tratamento da Quinta doença: Parvovírus B19
Baseia-se em cuidados de suporte, ou seja, é necessário realizar apenas um tratamento de controle dos sintomas do eritema infecioso e aguardar que o tempo cure tudo. No entanto, em pacientes imunocomprometidos, nomeadamente com aplasia eritrocitária, usa-se a imunoglobulina IV para eliminar o vírus que ande circulante na corrente sanguínea e aumentar a eritropoiese.
Figuras: 1