
Amanita-mata-moscas (Amanita muscaria) é dos cogumelos mais reconhecíveis e venenosos que existem. Autor: Onderwijsgek
Amanita-mata-moscas (Amanita muscaria) é um cogumelo bastante conhecido por todo mundo, devido ao seu aspecto e às consequências da sua ingestão. Pertence ao género Amanita e é um conhecido fungo psicoátivo com capacidades alucinógeneas em humanos. É uma espécie nativa ao longo das regiões temperadas e boreais do hemisfério norte. Mas atualmente, também pode ser encontrado em muitos países do hemisfério sul, onde foi introduzido involuntariamente. Recebeu este nome pois quando o cogumelo era pulverizado no leite, as moscas atraídas morriam posteriormente.
Existem várias sub-espécies de A. muscaria, com chapéus de cores diferentes. Um exemplo é A. muscaria var. regalis que possui um chapéu castanho como se pode observar na imagem abaixo. Este raglis é muitas vezes considerado uma espécie diferente.

Amanita muscaria var. regalis possui um chapéu castanho e não vermelho. Autor: Ak
O cogumelo de Amanita-mata-moscas surge do solo, vindo de pequenos ovos brancos. Possui um chapéu vermelho, com grandes lamelas brancas e verrugas brancas sobre a sua superfície (muito característico). O chapéu é normalmente convexo ou achatado. O diâmetro do chapéu ronda os 8-20 cm habitualmente, mas já foram encontrados espécimens com maiores diâmetros. A estipe é branca e normalmente assenta numa volva e tem um anel evidente perto da base do chapéu.
No hemisfério sul, normalmente podem-se encontrar em plantações de pinheiros e bétulas ou com outras árvores decíduas ou coníferas.

Um cogumelo amanita-mata-moscas nos jardins botânicos de Monte Lofty, nos Montes de Adelaide, na Austrália. Autor: Michael Hartwich.
Apesar de ser classificado como venenoso, existem poucos casos de mortes humanas por ingestão deste fungo. Ou seja, a morte é um fenómeno extremamente raro. Se for fervido parcialmente, em água quente, a toxicidade do cogumelo é diminuída e as substâncias psicoactivas são degradadas. Assim, o amanita-mata-moscas é comido em algumas partes da Europa, Ásia e América do Norte. Mas normalmente, aconselha-se a que seja evitado devido às suas capacidades halocinogénicas. As pessoas nativas da Sibéria usavam o cogumelo para ficarem pedradas e o seu uso estava associado a rituais culturais e religiosos. Tal também se verificou noutras culturas espalhadas pelo hemisfério norte,
Química, sintomas, curas e outras curiosidades de Amanita-mata-moscas
O principal componente piscoactivo do amanita-mata-moscas é o muscimol, um agonista potente dos recetores GABAA com efeitos sedativos-hipnóticos e com psicoatividade dissociativa. O ácido ibutânico é outro dos componentes presente em maior quantidade nestes fungos, sendo o muscimol um dos seus derivados. Este ácido é um neurotóxico, sendo então o principal responsável pelos casos de intoxicação e de letalidade associada à ingestão destes cogumelos.

A maior parte das verrugas brancas características de A. muscaria caíram devido à chuva intensa. Autor: J. J. Harrison.
Os principais sintomas envolvem salivação, baixa pressão sanguínea, transpiração, náuseas, sonolência, alterações humorais, euforia, perda de equilíbrio, entre outros. Casos graves de envenenamento traduzem-se em delírios, convulsões e até coma. Felizmente, a medicina já está avançada o suficiente para lidar com estas situações. Normalmente, para tratar destes casos utilização carvão ativado ou mesmo lavagem gástrica.
Na literatura, é comum utilizar-se cogumelos halocinogénicos como o amanita-mata-moscas. Por exemplo, em Alice no País das Maravilhas, a lagarta que se encontra a fumar sobre um cogumelo, está notavelmente sobre influencia de compostos psicoactivos.
Fonte: Wikipedia (1), (2)