Esta é a conclusão de um estudo publicado por Frans de Waal e Jennifer Pokorny, em 2008, na revista “Advanced Science Letters”.
Foram usados 6 indivíduos (3 machos e 3 fêmeas) adultos da espécie Pan troglodytes treinados para fazerem associações entre imagens (usando um joystick para mover uma seta num ecrã). Forem realizados 3 ensaios distintos com cada um dos indivíduos.
Inicialmente, foram apresentadas fotografias dos “traseiros” de outros indivíduos e respectivas faces com o objetivo do chimpanzé selecionar a face à qual pertence o “traseiro” apresentado. Neste primeiro caso, só foram apresentadas fotografias do mesmo género do indivíduo testado. No teste seguinte, as fotografias das faces dos indivíduos correspondem a géneros diferentes. No último teste foram apresentadas imagens de “traseiros” genéricas que não correspondem verdadeiramente aos indivíduos apresentados pelas suas fotografias da face.
Resultados
Os resultados mostraram que os chimpanzés têm um conhecimento completo de todo o corpo dos seus colegas de jaula, uma vez que foram capazes de fazer uma associação correta entre “traseiros” e faces de indivíduos que conheciam, o mesmo não aconteceu com imagens genéricas. Com testes sucessivos, os indivíduos foram adquirindo experiência e conhecimento que lhes permitiu associar sempre um “traseiro” de uma fêmea à respectiva face de uma fêmea, mesmo quando não conheciam o indivíduo da fotografia.
Este estudo revela que a percepção do género é ajudada pela construção dessa mesma percepção com os seus colegas de jaula.
Fonte: de Waal, Frans B. M. and Jennifer J. Pokorny. “Faces and Behinds: Chimpanzee Sex Perception.” Advanced Science Letters 1, no. 1 (// 2008): 99-103. http://dx.doi.org/10.1166/asl.2008.006.