A Uge-redonda (Taeniura grabata) é uma espécie de raia pertencente à família Dasyatidae, encontrada nos Oceanos Atlântico e Índico. É uma espécie nativa às águas da costa ocidental do continente africano, desde o Mediterrâneo Ocidental até ao Golfo da Guiné. Também habita as águas em redor de Cabo Verde, as Canárias e Madeira. Mas também pode ser encontrada na costa oriental, desde o norte de Moçambique até ao Mar Vermelho. Relativamente ao estado de conservação da espécie, ainda não há muitos dados para que este seja avaliado. Sabe-se muito pouco sobre a história de vida deste animal.

Fotografia de um indivíduo a nadar em Tenerife. Autor: Phillippe Guillaume.
A Uge-redonda possui uma coloração cinzenta-escura a castanho, com a barbatana peitoral a formar um disco quase circular com cerca de 1 m de diâmetro. Esta raia tem ainda uma cauda curta e pele maioritariamente lisa. Um indivíduo adulto pode chegar a pesar cerca de 85 kg e ter um diâmetro de 2,50 m. As fêmeas são maiores que os machos. Costuma ser encontrada em águas tropicais/subtropicais, entre os 10-300 m de profundidade.
Prefere habitats de fundos arenosos, lameçentos ou mesmo de fundo rochoso. A sua coloração ajuda a passá-la despercebida nestes fundos rochosos e escuros. Costuma alimentar-se de pequenos peixes e crustáceos que encontra perto do fundo do mar. Durante o dia, a uge-redonda costuma enterrar-se parcialmente nos sedimentos, ou esconde-se em espaços abertos entre recifes. Tal como outras espécies de raia, a uge-redonda é ovovivípara, do tipo vivípara aplacentário, isto é, as crias desenvolvem-se dentro de ovos que permanecem dentro da progenitora até estarem prontas a eclodir.

Uma uge-redonda a vasculhar o fundo marinho. Autor: Phillippe Guillaume.
As principais ameaças a esta espécie prendem-se com a pesca comercial e os métodos de pesca por arrastamento, entre outros, que apanham estas raias como pesca secundária. Mas não existe muita informação em relação ao impacto da pesca sobre a espécie.
Uge-redonda e o Oceanário de Lisboa
O Oceanário de Lisboa foi o primeiro aquário europeu a conseguir ter sucesso na reprodução da uge-redonda. O casal de uges-redonda já está há 16 anos a viver no Oceanário e em 2015, reproduziram-se pela primeira vez. Nasceram quatro crias, um macho e três fêmeas. Cada uma possui um padrão característico que as distingue, mas à medida que crescem esteve vai desvanecendo. Ganhando assim a sua cor castanha escura e homogénea. De forma a distingui-las, os biólogos do Oceanário colocaram um chip em cada uma. Assim, é possível controlar a populações de uge-redonda entre aquários. Duas fêmeas destes juvenis foram enviadas para o Aquário de Génova, em Itália.

Uge-redonda no Oceanário de Lisboa. Fonte: Oceanário de Lisboa.
Isto foi um grande feito conseguido por parte do Oceanário de Lisboa, pois permitirá um estudo e aumento do conhecimento científicos desta espécie, que é pouca estudada no seu habitat natural. Visto que até esta altura, eram inexistentes os dados como peso e tamanho, relativamente ao crescimento e desenvolvimento da espécie.
Desde 1998, que o Oceanário participa e coordena programas de reprodução tendo um papel fundamental na recolha e partilha de informação, entre aquários, essenciais para o controlo das populações.
Fontes: Wikipedia (1), (2), Oceanário de Lisboa