Hoje o tema do espaço saúde pretende demonstrar um estudo científico realizado e publicado on-line no dia 8 de janeiro no periódico The Lancet Child & Adolescent Health, em que foi observado que crianças e adolescentes que se automutilam têm um risco superior de suicídio.
Dr. Keith Hawton, D.Sc., da Universidade de Oxford no Reino Unido, e seus colegas analisaram dados de 9.173 indivíduos com idades entre 10 e 18 anos que compareceram em urgências de unidades de saúde de cinco hospitais do estudo após lesões autoinfligidas não fatais entre 1 de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2013.
Estes investigadores observaram que 124 indivíduos haviam falecido até o término do acompanhamento em 31 de dezembro de 2015. Desses indivíduos, 44%, 22% e 34% morreram por suicídio, morte acidental e morte por outras causas, respectivamente. 82% das mortes por suicídio envolveram lesões autoinfligidas que ocorreram essencialmente por envenenamento, enforcamento ou asfixia. Nesta coorte, a incidência de suicídio em 12 meses aumentou significativamente em comparação com a taxa esperada na população geral de crianças de 10 a 18 anos na Inglaterra. O risco de suicídio era maior em associação com o sexo masculino, o comparecimento à unidade de saúde por lesões autoinfligidas como adolescente mais velho, o uso de lesões autoinfligidas para se auto-magoar, especialmente por enforcamento ou asfixia, e lesões autoinfligidas repetidas.
“Existe a necessidade clara de identificar intervenções preventivas que possam reduzir o risco de lesões autoinfligidas em crianças e adolescentes, a repetição do comportamento e a morte prematura por suicídio e outras causas evitáveis na população que se automutila”, escrevem os autores responsáveis pelo estudo de caso.