A Tarântula-de-joelhos-vermelhos (Brachypelma smithi) é uma espécie de aracnídeo pertencente à família Theraphosidae, da qual fazem parte as restantes espécies de tarântulas. Esta espécie é muitas vezes confundida com B. hamorii, sendo as duas conhecidas como a tarântula-de-joelhos-vermelhos-mexicana. É comum as fontes antigas não distinguirem ambas espécies, sendo as duas incluídas sob B. smithi. A espécie B. smithi é uma tarântula terrestre nativa à costa do estado mexicano Guerrero.
É um aracnídeo de grandes dimensões, as fêmeas apresentam um diâmetro de 52-59 mm (excluindo as quelíceras e as fiandeiras). Já os machos são ligeiramente mais pequenos com cerca de 44-49 mm. Apesar de os machos serem mais pequenos, eles apresentam membros mais longos. O quarto membro é sempre o mais longo (macho tem cerca de 70 mm e a fêmea com cerca de 66 mm). A espécie apresenta membros e palpos negros azulados, com três anéis coloridas nos “joelhos”. Na articulação mais interna e em redor do abdómen, apresentam uma forte cor vermelho-ferrugem, enquanto as restantes tem uma cor amarelo/rosa pálido e claro.
Outro exemplo do dimorfismo sexual desta espécie é que os machos apresentam uma carapaça castanha amarelada, com a parte de cima do abdómen de cor preta. Já as fêmeas podem apresentam uma variação a nível da cor da carapaça e padrões. A carapaça é principalmente com uma cor preta azulada, rodeada de um castanho claro. A parte interna do abdómen pode apresentar um padrão em forma de estrela de múltiplas pontas. Ou apenas reduzida a duas manchas escuras, na zona dos olhos.

Uma tarântula-de-joelhos-vermelhos adulta fêmea. Fonte: Tarantupedia.
O habitat natural desta espécie são as florestas tropicais de folhas decíduas. Estas florestas possuem diversas colinas, que combinadas com as florestas fornece uma extensa variedade de lugares para construir tocas. Estas tocas, extendem-se de baixo de rochas e raízes de árvores. As tocas permitem-lhes obter protecção de predadores como os coatis-de-nariz-branco. A toca costuma levar a uma ou duas câmaras e apenas possui uma entrada. A câmara maior serve para a tarântula realizar a sua muda. Já a câmara mais pequena é onde a tarântula devora as suas presas, descansa, ou deposita os ovos. Quando a tarântula-de-joelhos-vermelhos prepara-se para a sua muda ou para depositar ovos, ela bloqueia a entrada para a câmara mais pequena com seda para aumentar a proteção.
Alimentam-se principalmente de insectos e outros artrópodes. Os machos podem viver até aos 6 anos, já as fêmeas até aos 30 anos. O veneno desta espécie não é muito potente.

É possível observar-se a distribuição das espécies do género Brachypelma no México. A lilás encontra-se a distribuição de B. smithi e a verde, de B. hamorii. Autor: Micha L. Rieser.
Taxonomia
A espécie foi descrita pela primeira vez por Frederick Pickard-Cambridge, em 1897, como Eurypelma smithi. Foi colhida em Dos Arroyos, no estado de Guerrero, no México, por H. H. Smith. Em 1903, Reginald Pocock, um zoólogo britânico, transferiu a espécie para o género Brachypelma. Nesta altura, B. hamorii ainda não tinha sido distinguida/descrita, tendo havido diversas indivíduos desta espécie erradamente classificados como B. smithi.
As duas espécies possuem padrões de cor bastante semelhantes. Vistas de cima, as quelíceras de B. hamorii têm duas bandas cor-de-rosa acastanhadas, num fundo acinzentado. Este não é visível em todos os indivíduos. B. smithi não possui estas bandas. Também é possível distinguir machos maturos de ambas espécies através do formato dos seus palpos. Os de B. smithi são mais direitos e com uma forma de colher larga. Nas fêmeas maturas da mesma espécie, a placa da espermateca é dividida e subtriangular, enquanto as de B. hamorii têm uma forma elíptica.
Análises genéticas realizadas ao gene mitocondrial da citocromo oxidase I, permitiu realmente confirmar e apoiar a separação das duas espécies, em 2017. Apesar da sua aparência externa semelhante, ambas espécies têm pequenas aspectos morfológicos críticos e disferenças a nível do DNA.

Comparação do tamanho de um indivíduo adulto com mãos humanas. Fonte: Tarantula Heaven
Conservação da Tarântula-de-joelhos-vermelhos (B. smithi)
É uma espécie que está quase ameaçada, devido à destruição do seu habitat e também ao tráfico ilegal de espécimens para servirem de animais de estimação. Cerca de 3,000 espécimens de tarântulas mexicanas foram enviadas para os Estados Unidos ou para a Europa, uns anos antes de 2017. A maior parte destes animais eram B. smithi.
Fonte: Wikipedia