O Esturjão-do-atlântico (Acipenser oxyrinchus oxyrinchus) é um peixe da família Acipenseridae e é das espécies de peixe mais antigas do mundo. Juntamente com a sub-espécie esturjão-do-golfo (A. o. desotoi), o esturjão-do-atlântico constitui a espécie A. oxyrinchus. Sabe-se que este peixe pode viver até aos 60 anos, ter 4,6 m de comprimento e chegar quase a pesar 360 kg. A sua distribuição extende-se pela costa este da América do Norte, desde Nova Brunswick, no Canadá, até à costa leste da Flórida, nos Estados Unidos.
Em vez de ter escamas, o esturjão-do-atlântico possui 5 filas de escamas (placas ósseas semelhantes a outros répteis como os crocodilos). Normalmente, um indivíduo adulto tem cerca de 1,8-2,4 m de comprimento e pesar menos de 140 kg. As suas cores variam entre um preto-azulado e um verde-azeitona no seu dorso, enquanto o ventre é branco. Tem um focinho mais comprido que outros esturjões e possui 4 barbilhos de cada lado da boca.

Um esturjão-do-atlântico num tanque em Maryland. Autor: Allan Ellis.
Até aos seis anos, o esturjão permanece em águas salobras, onde nasceram, antes de se deslocarem para o oceano. Normalmente têm cerca 0,91-1,52 m de comprimento. É no oceano que permanecem até se transformarem em adultos. Após a maturação, nadam em direção às nascentes dos rios para desovar. As fêmeas podem chegar a colocar 800 000 até 3,75 milhões de ovos num único ano, em cada 2-6 anos. Depois da desova, as fêmeas regressam aos mares, deixando os machos para trás. Os machos costumam ficar nesta zona até voltarem a descer a corrente dos rios. Fugindo à diminuição cada vez mais acentuada da temperatura da água. Podem mesmo chegar aos oceanos, ficando perto da costa.
Alimenta-se principalmente de moluscos, insectos aquáticos, vermes e artrópodes.
Originalmente, o esturjão-do-atlântico era considerado um peixe sem valor e comum nos Estados Unidos. A sua pele áspera costumava rasgar as redes de pesca, estragando a captura de peixes mais rentáveis. Quando era caçado, era usado como fonte de comida, como fonte de couro para roupa e capas de livros, e ictiocola, uma substância gelatinosa utilizada como agente clarificante. Este agente é depois usado em gelatinas, colas, vinhos e cerveja.

Um indivíduo no Biodome, em Montreal, Quebéc, Canadá. Autor: Mauro Orlando.
Porém, a verdadeira razão para sua captura deve-se ao caviar de alta qualidade, que se pode fazer a partir dos seus ovos, de forma bastante barata. O caviar começou a ser chamado de ouro negro por pescadores e marinheiros. No final do século XIX, mais de 3 milhões kg de carne de esturjão eram exportadas dos Estados Unidos, por ano. Depois o número desceu para cerca de 10 mil kg de carne, para voltar a subir até cerca de 900 mil kg, nos anos 50.
O Esturjão-do-atlântico é uma espécie considerada ameaçada, em perigo de extinção e extinta em diversos dos seus habitats originais.

Provavelmente, o mesmo indivíduo da foto anterior. Autor: Dan Greenberg.
A pesca excessiva e poluição aquática constante levou à diminuição das suas populações. A própria distribuição geográfica da espécie diminuiu consideravelmente também, de acordo com a Sociedade Pesqueira Americana. Uma das principais causas foi realmente a indústria da carne e do caviar. Outra dificuldade no re-estabelacimento das populações prende-se com a longa longevidade destes carnívoros e sua tarde maturação sexual.
A área ocupada pela quase extinta população de esturjões no Mar Báltico agora pertence a esta espécie. A. oxyrinchus migrou à cerca de 1 300 anos atrás, e deslocou a espécie nativa de A. sturio. Um projecto alemão-polonês, em 2009, começou a re-introduzir espécies de esturjão-do-atlântico no Báltico, no rio Oder, na fronteira entre os dois países.
A manutenção destas espécies tem sido principalmente baseada na restrição da pesca do esturjão-do-atlântico.
Fonte: Wikipedia (1), (2)