Stroyloides stercoralis é o nemátode responsável pela parasitose estrongiloidíase. S. stercoralis infeta o intestino do Homem e tem um ciclo de vida complexo, com a alternância entre um ciclo de vida livre (fora do hospedeiro humano) e um ciclo de vida parasítico (utiliza o Homem como hospedeiro).
Ciclo de vida
Ciclo de vida livre

Ciclo de vida de S. stercoralis.
As larvas são expulsas nas fezes e podem sofrer duas mudas, tornando-se infetivas, ou podem sofrer quatro mudas e tornam-se em adultos livres. Estes reproduzem-se e originam ovos. Dos ovos eclodem larvas que, ou se transformam em adultos, ou transformam-se em larvas infetivas. As larvas infetivas têm a capacidade de penetrar a pele e infetar o hospedeiro humano.
Ciclo de vida parasítico
As larvas infetivas presentes em solo contaminado penetram a pele do Homem e são transportadas para os pulmões, penetrando nos alvéolos pulmonares. Aí, ascendem a árvore brônquica até à faringe, sendo então engolidos e transportados até o intestino delgado. No intestino delgado sofrem duas mudas e tornam-se fêmeas adultas. Estas são inseridas na mucosa intestinal e, por partenogénese, produzem ovos. Os ovos rapidamente embrionam e eclodem para dar origem a larvas que, ou são libertadas nas fezes, ou podem causar auto-infeção. Na autoinfeção, dentro do intestino delgado, as larvas tornam-se infetivas, conseguindo penetrar a mucosa intestina ou a pele da região perianal, sendo transportadas até aos pulmões e seguindo a via até ao intestino delgado, disseminando-se pelo corpo.

Larva currens
Sintomas
Os sintomas associados a esta parasitose são os distúrbios gastrointestinais, pulmonares (dispneia e tosse seca) e cutâneos (larva currens – migração visível da larva sob a pele com rash cutâneo associado). Já houve casos descritos de morte por choque anafilático (larvas disseminadas pelo corpo)
Diagnóstico
Exame microscópio de fezes com observação de larvas e exame a fresco após enriquecimento (devem ser colhidos locais com muco e sangue)
Imagens: CDC – Centre for Disease Control and Prevention. DPDx – Laboratory Identification of Parasitic Diseases of Public Health Concern (http://www.cdc.gov/dpdx/strongyloidiasis/gallery.html#tissue), The Feria Journal of Medicine (http://theferiajournalofmedicine.blogspot.pt/2010/09/cutaneous-larva-migrans-and-larva.html)