A cagarra (Calonectris diomedea) é uma ave procelariiforme migratória (da qual fazem também parte os albatrozes), pertencente à família Procellariidae. Também chamada de cagarra-do-atlântico ou pardela-de-bico-amarelo, a cagarra é uma ave muito comum no Oceano Atlântico e no Mediterrâneo.
A cagarra tem cerca de 45-56 cm de comprimento e 112-126 cm de envergadura de asa e possui uma coloração superior acinzentada e a ventral branca, e um bico robusto amarelado. Actualmente, esta espécie encontra-se vulnerável.
O nome do género é derivado do grego “kalos”, que significa belo e “nektris”; nadador. Já o nome da espécie é derivado de Diomedes, um guerreiro da mitologia grega, cujos companheiros foram transformados em aves marinhas por desafiarem Afrodite, a Deusa do Amor da Grécia.

Um indivíduo no seu ninho, por entre as rochas. Autor: Coimbra68
Existem duas sub-espécies da Cagarra: C. d. diomedea, comum no Mediterrâneo, mas também presente na costa ocidental ibérica; e C. d. borealis, comum no Oceano Atlântico, com populações em torno dos Açores, Madeira e Selvagens. Apresentam morfologia semelhante, embora a borealis apresente maiores dimensões e um bico mais robusto. Também há diferenças comportamentais e diferenças no padrão de tonalidades de cinzento na região ventral e na parte inferior das asas.
É o maior procelariídeo do Atlântico, sendo a única que pode ser observada a voar alto. É facilmente reconhecida graças ao arco que produzem entre as pontas das asas, enquanto voam. As restantes aves procelariiformes voam com as pontas das asas alinhadas.
As cagarras alimentam-se de pequenos peixes e cefalópodes pelágicos, como lulas. Também pode agir como necrófago alimentando-se dos restos de grandes peixes, cetáceos ou de outros animais que se encontrem a flutuar.
No mar, as cagarras apresentam comportamento gregário, formando grandes grupos denominados por jangadas. Descansam flutuando no mar e é normal caçarem em grupo, mergulhando em busca de presas, podendo atingir mais de 15 m de profundidade.

Autor: Armindo Alves
Durante a noite, as colónias de reprodução tornam-se muito ruidosas, contrastando com o comportamento silencioso em alto mar que normalmente apresentam. Os indivíduos adultos emitem chamadas estridentes, diferenciadas consoante o sexo, comunicando entre elas. Estas aves apenas vão para terra para se reproduzir.
Nidificam em falésias costeiras e em ilhéus, montando tocas grosseiras onde apenas depositam um único ovo de cor branca. Ambos os progenitores tomam conta da cria à vez, havendo sempre um progenitor que vai caçar e garantir a alimentação da cria. As crias emergem dos ninhos durante o Outono, partindo logo de seguida para o mar, onde passam os restantes 7-10 anos da sua vida, até atingirem a maturidade sexual, tornando-se adultos. Só depois é que regressam ao local de origem para nidificar.
Fonte: Wikipedia