Um dos primeiros tópicos, senão o primeiro, que nos é ensinado quando falamos de energia é da problemática do petróleo. Isto porque o petróleo como uma energia fóssil esgotar-se-á rapidamente face ao sobreconsumo dos seus derivados. Então é incutida logo na educação a necessidade de poupar energia e arranjar metodologias de evitar o seu gasto em exagero. Paralelamente a isto surgem as fontes de energia alternativas como forma de minimizar o consumo da tal energia de origem fóssil.
Vejamos alguns tópicos que são incutidos na sociedade a todos os níveis, principalmente através da educação:
- O petróleo é um combustível fóssil que deriva da decomposição de plantas e animais mortos. Estes teriam sido acumulados e aprisionados a altas pressões.
- A energia solar captada e transmitida entre os seres vivos é aprisionada nas ligações moleculares, energia essa que é libertada apenas aquando da queima do petróleo.
- As reservas de petróleo só conseguiram alimentar a nossa sociedade até 2060.
Outra questão é o facto de se falar num pico petrolífero, em inglês “Peak-Oil”, este conceito define o momento em que a taxa de extracção petrolífera atinge o seu máximo em todas as bacias passíveis de serem exploradas. Este pico acontece após a exploração de 50% das reservas de petróleo cuja sua exploração é viável.
Segundo dados estatísticos já atravessamos o pico petrolífero e vamos de encontro a um decréscimo na exploração petrolífera que irá condicionar as crescentes necessidades energéticas na sociedade, conduzindo-nos assim para um crise energética.
Os efeitos deste declínio na exploração são os aumentos do preço dos derivados petrolíferos e a procura enorme de fontes de energia alternativa que possam substituir o petróleo.
E se o petróleo não for uma energia de origem fóssil?
Se não derivar da decomposição de material biológico morto?
Será o petróleo o constituinte de uma camada terrestre que é formada constantemente e inesgotavelmente?
Poderá não haver nenhuma crise energética, nem pico petrolífero?
A noção de pico petrolífero e da ideia de que o petróleo é uma energia de origem fóssil surgiu em 1919, em que os especialistas afirmavam que as reservas petrolíferas conseguiriam apenas sustentar o consumo durante mais 20 anos. No entanto, o que aconteceu é que o consumo aumenta todos os anos de forma acentuada e já passaram quase 90 anos e ainda temos petróleo.
Qual a origem da teoria de que o petróleo é proveniente de matéria biológica?
A teoria para explicar a formação do petróleo foi concebida em 1757 pelo geólogo russo Mikhailo Lomonossov que afirma que matéria biológica morta era enclausurada entre pequenos sedimentos a altas pressões e que com o passar do tempo levou à formação do petróleo.
“o petróleo surge de pequenos corpos de animais e plantas, enclausurados em sedimentos sob alta pressão e temperatura e transformam-se em petróleo após um período inimaginável”
Mikhailo Lomonossov
O que é certo é que não se sabe em que factos é que Mikhailo Lomonossov se baseou para fazer tal afirmação, nem existe qualquer tipo de observação que comprove esta teoria. No entanto, esta foi aceita e continua a ser aceite durante mais de 200 anos sem que seja coloca em causa.
A verdade é que nunca foram encontrados fósseis de animais ou plantas nas reservas de petróleo. Isto leva-nos a concluir que a teoria de que o petróleo é um combustível fóssil é unicamente uma crença sem qualquer sustentação científica.
Um dos elementos mais abundantes na Terra e no nosso sistema solar é o carbono. Tanto os seres humanos, como os animais e as plantas somos formados em grande parte por carbono. E em pelo menos 10 planetas e luas de nosso sistema solar foram observadas grandes quantidades de hidrocarbonetos.
A sonda espacial Cassini descobriu, ao passar próximo de Titã (lua de Saturno), que esta está repleta de hidrocarbonetos líquidos. No entanto não existe vida nesta lua, portanto a síntese dos hidrocarbonetos terá de ser à base de um outro processo químico.
Como se forma o petróleo abiótico?
Na Terra, as placas continentais flutuam sobre uma inimaginável quantidade de hidrocarbonetos. Nas camadas mais produndas do manto terrestre surgem, em condições de temperatura, pressão e condições adequadas, grandes quantidades de hidrocarbonetos. A rocha calcária inorgânica é transformada num processo químico. Os hidrocarbonetos que daí resultam, são mais leves que as camadas de solo e rocha sedimentares, e por isso sobem pelas fendas da Terra e acumulam-se sob as camadas impermeáveis da crosta terrestre.
As elevadas temperaturas do magma são a fonte de energia para este fenómeno geológico. O resultado deste processo designa-se de petróleo abiótico, pois a sua produção não deriva de formas biológicas de vida, mas sim por um processo químico no interior da Terra. Este processo acontece ininterruptamente e continuamente.
Argumentos relevantes que sustentam a tese de que o petróleo tem origem abiótica
- O petróleo é extraído a grandes profundidades, ultrapassando os 13 km. Isso contradiz totalmente a tese dos fósseis, pois os restos dos seres vivos marinhos nunca chegaram a tais profundidades e a temperatura (elevadíssima) teria destruído todo o material orgânico.
- As reservas de petróleo, que deveriam estar vazias desde os anos 70, voltam a encher-se novamente por si mesmas. O petróleo fóssil não pode explicar este fenómeno. Só pode ser explicado pela produção incessante de petróleo abiótico no interior da Terra.
- A quantidade de petróleo extraída nos últimos 100 anos supera a quantidade de petróleo que poderia ter sido formado através da biomassa. Nunca existiu material vegetal e animal suficiente para ser transformado em tanto petróleo. Somente um processo de fabricação de hidrocarbonetos no interior da Terra pode explicar esta quantidade gigantesca.
- Quando observamos as grandes reservas de petróleo no mundo é notório que elas surgem onde as placas tectónicas estão em contacto uma com as outras ou se deslocam. Nestas regiões existem inúmeras fendas, um indício de que o petróleo provém do interior da Terra e migra vagarosamente através das aberturas para a superfície.
- Em laboratório foram criadas condições semelhantes àquelas que predominam nas profundezas do planeta. Foi possível produzir metano, etano e propano. Estas experiências provam que os hidrocarbonetos podem formar-se no interior da Terra através de simples reacções inorgânicas – e não pela decomposição de organismos mortos, como é geralmente aceite.
- O petróleo não pode ter 500 milhões de anos e permanecer energeticamente capaz no solo até hoje. As longas moléculas de carbono ter-se-iam decomposto. O petróleo que utilizamos é recente, caso contrário já se teria volatilizado há muito tempo. Isto contradiz o aparecimento do petróleo fóssil, mas comprova a teoria do petróleo abiótico.
A Rússia testemunha esta teoria…
Em 1970, os russos começaram a perfurar poços a grandes profundidades, ultrapassando os 13km. Desde então, as grandes petrolíferas russas, incluindo a Iukos, perfuraram mais de 310 poços e usam-nos para a extracção de petróleo. No último ano, a Rússia ultrapassou a extracção do então maior produtor mundial, a Arábia Saudita.
Os russos dominam a complexa técnica de perfuração profunda há mais de 30 anos e exploram inesgotáveis reservas de petróleo das profundezas na Terra. Este facto é ignorado pelo Ocidente. Os russos provaram ser totalmente falsa a explicação dos geólogos ocidentais de que o petróleo seria o fruto de material orgânico decomposto.
Nos anos 40 e 50, os especialistas russos descobriram, para sua surpresa, que as reservas petrolíferas se reenchiam por si próprias e de baixo para cima. Chegaram à conclusão que o petróleo é produzido nas profundezas da Terra e emigra para cima, onde se acumula. Puderam comprovar isso através das perfurações profundas que fizeram.
Quais os interesses por detrás de um petróleo biótico?
Entretanto, os chamados “cientistas”, os jornalistas e os políticos querem que acreditemos que o fim do petróleo está a chegar, porque supostamente a produção já atingiu o seu pico e agora está a decrescer. Naturalmente, a intenção é criar um clima que justifique o alto preço do petróleo e com isso obter lucros gigantescos de forma facilitada.
Sabe-se agora que o petróleo pode ser explorado praticamente em toda a parte, desde que se esteja disposto a investir nos altos custos de uma perfuração profunda. Qualquer país se pode tornar independente em matéria de energia. Simplesmente, os donos das petrolíferas querem países dependentes e que paguem caro pelo petróleo importado.
A afirmação de que existe um máximo na extracção de petróleo é, de facto, um golpe e uma mentira . Trata-se apenas de construir uma escassez e um encarecimento artificial. Tudo se resume a negócios, lucro, poder e controlo.
Texto adaptado de citadino
Outras fontes:
Glasby GP (2006). “Abiogenic origin of hydrocarbons: an historical overview” (PDF). Resour Geol 56 (1): 83–96. doi:10.1111/j.1751-3928.2006.tb00271.x. Retrieved 2008-01-29.
C. E. Manning; S. E. Ingebritsen (1999-02-01). “Permeability of the continental crust: implications of geothermal data and metamorphic systems”. Reviews of Geophysics 37 (1): 127–150. Bibcode:1999RvGeo..37..127M. doi:10.1029/1998RG900002
Petroleum: To Be Or Not To Be Abiogenic, by M. R. Mello and J. M. Moldowan; #90043 (2005)
Disclaimer
A seguinte publicação não manifesta a opinião do FCiências ou seus autores relativamente ao tema. O artigo serve apenas para apresentar e esclarecer os fundamentos apontados por uma teoria alternativa para explicar a formação do petróleo.
Esta publicação não serve, de todo, para desacreditar a atual teoria mais aceite, mas sim para mostrar outra teoria e os seus argumentos.